Ministério Público alerta líderes religiosos de Vitória da Conquista a deixarem de praticar LGBTfobia e intolerância religiosa
Pastor teria declarado que religião de matriz africana seria "negócio de satanás e legião de nigrinhas”
O Ministério Público estadual alertou os líderes e entidades religiosas de Vitória da Conquista a pararem de praticar e estimular condutas discriminatórias de intolerância religiosa, por orientação sexual e por identidade de gênero, em manifestações e discursos nas igrejas.
O alerta foi realizado em recomendação encaminhada a todas instituições religiosas da cidade pela promotora de Justiça Guiomar Miranda de Oliveira Melo.
A recomendação decorreu de notícias sobre “reiterada prática de intolerância religiosa e discriminação” cometida por um pastor e membros evangélicos contra as religiões de matriz africana.
O pastor teria declarado que “macumbeira tem que morrer, sapatão tem que morrer, homossexualismo tem que morrer, feiticeira tem que morrer” e que a religião de matriz africana seria “negócio de satanás e legião de nigrinhas”.
O fato está sendo apurado pelo Ministério Público.
A promotora lembra que determinadas manifestações extrapolam o direito da liberdade religiosa assegurado pela Constituição Federal com garantia de pregação e divulgação do pensamento conforme as convicções e entendimento teológico e doutrinário de cada segmento religioso.
Foi requisitada a divulgação da recomendação dentro dos templos religiosos e locais de culto para conhecimento dos fiéis.
A promotora destacou que eventuais práticas de discriminação por líderes religiosos serão apuradas e podem resultar em responsabilização nas esferas civil e criminal.