Bancários do Banco do Brasil programam nova paralisação para a próxima quarta-feira (10)
Os funcionários do Banco do Brasil que compõem a base do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região deliberaram, em assembleia virtual nesta sexta-feira (5), pela adesão à paralisação nacional contra as reestruturações no banco e decretaram estado de greve.
O ato nacional acontece na próxima quarta-feira (10), com a paralisação das atividades, mobilizações e o esclarecimento da população sobre os riscos do sucateamento do BB. A primeira suspenção das atividades ocorreu no dia 29 de janeiro.
A direção do Banco do Brasil anunciou o fechamento de mais de cinco mil postos de trabalho, a desativação de 361 unidades, transferências compulsórias e a retirada de funções.
O movimento sindical e os trabalhadores preveem que as demissões vão precarizar o atendimento, aumentar o tempo de espera nas filas e sobrecarregar os demais funcionários, o que aumenta as chances de adoecimento físico e mental.
O BB é referência em diversos setores da economia brasileira. Estudos apontam que o banco público financia cerca de 60% da produção agropecuária, desde a agricultura familiar -produtora de alimentos básicos para a população – até os grandes produtores agrícolas.
A instituição também tem um forte papel social gerindo e operando políticas públicas, como programas de microcrédito produtivo, crédito Acessibilidade, crédito consignado, Pronaf e parte do FIES.
Além disso, o Banco do Brasil foi a instituição financeira que mais concedeu crédito para as micro e pequenas empresas. Durante a pandemia do coronavírus, foram R$ 6,6 bilhões emprestados para 110 mil micro e pequenas empresas. Para comparar, o maior banco privado concedeu R$ 3,9 bilhões para 42 mil empresas.
Na região, foi anunciado o fechamento das agências de Abaíra, Encruzilhada e Tremedal. A falta destas unidades bancárias resultará na fuga de capital para os outros municípios, agravando a crise econômica, o desemprego, além de dificultar o acesso de aposentados e demais usuários dos serviços.
O processo de desmonte do BB não se justifica, tendo em vista que o banco sempre figura como um dos mais lucrativos do Brasil. Somente nos três primeiros trimestres de 2019, o banco lucrou mais de R$ 10 bilhões, com a exploração de clientes e bancários.
“Os bancários de todo país estão se mobilizando para uma nova paralisação em defesa do Banco do Brasil, já que a direção do banco tem mantido uma postura intransigente quanto a negociação dos termos dessa restruturação. Até agora, as medidas apresentadas pelo banco são prejudiciais para os seus funcionários, para a população e para os municípios que vão perder agências. Por isso estamos empenhados em resistir a mais esse ataque e evitar que o BB seja sucateado e diminuído, indícios claros de uma preparação para a privatização desse patrimônio do povo brasileiro”, afirma Leonardo Viana, presidente do Sindicato.
Ascom Sindicato