Um acidente envolvendo três veículos deixou ao menos 41 mortos e 11 feridos na BR-116, no interior de Minas Gerais, na madrugada deste sábado (21). De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é a maior tragédia em estradas federais pelo menos desde 2007, início da série histórica disponível para consulta.
Veja, abaixo, o que se sabe e o que falta saber sobre o acidente:
Onde o acidente aconteceu?
Quais veículos se envolveram na batida?
Quantas pessoas se envolveram no acidente?
O que causou o acidente?
Quem são e como será feita a identificação das vítimas?
O que diz a polícia?
O que diz a empresa?
O que diz a ANTT?
1- Onde o acidente aconteceu?
Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o acidente ocorreu na altura do km 285 da BR-116, em Lajinha, distrito de Teófilo Otoni.
Conforme a corporação, a colisão aconteceu por volta das 3h30 e envolveu três veículos: um ônibus da empresa Emtram, um carro de passeio, e uma carreta carregada com bloco de granito (veja mais abaixo).
O ônibus havia saído do terminal do Tietê, em São Paulo, às 7h de de sexta-feira (20) com destino a várias cidades na Bahia, sendo a última parada no município de Elísio Medrado, a 230 km de Salvador.
2 – Quais veículos se envolveram na batida?
O acidente envolveu um ônibus, um carro de passeio e uma carreta que transportava uma pedra de granito.
Vídeos gravados por pessoas que passaram pela rodovia momentos após o acidente mostram que os veículos ficaram em chamas.
De acordo com os bombeiros, até às 19h de sábado, 11 feridos foram atendidos em Teófilo Otoni. Segundo a prefeitura da cidade, sete pessoas foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e quatro ao hospital Santa Rosália, também no município.
3 – Quantas pessoas se envolveram no acidente?
Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente envolveu ao menos 49 pessoas, sendo que 45 estavam no ônibus (44 passageiros e o motorista), três estavam no carro de passeio e um motorista, que não foi localizado, guiava a carreta.
O agente da PRF Fabiano Santana, que esteve no local, classificou o acidente como “uma tragédia sem precedentes para a região” e informou que a maior parte das mortes foi causada pelo incêndio do ônibus.
“Foram vítimas resgatas para o hospital, pessoas que se queimaram tentando resgatar vítimas, crianças pedindo para resgatar os pais”, relatou Santana.
Em coletiva na manhã deste domingo, o governo de Minas Gerais informou que 41 corpos deram entrada no IML. Destes, 12 já foram identificados.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou durante a tarde que todos os corpos de vítimas serão identificados no Instituto Médico Legal (IML) na capital Belo Horizonte.
Por volta das 19h do sábado, o Corpo de Bombeiros também comunicou ter encerrado os trabalhos no local do acidente na BR-116.
4 – O que causou o acidente?
As circunstâncias do acidente ainda serão investigadas pela Polícia Civil de Minas Gerais.
De acordo com a PRF, no momento em que o ônibus e a carreta se cruzaram na BR-116, possivelmente uma pedra de granito que era transportada pela carreta se soltou e acertou o ônibus, que explodiu em seguida.
Um carro, que vinha atrás da carreta, não conseguiu parar e bateu na traseira dela. Até o fim da tarde, não havia informações sobre o motorista da carreta.
Antes, as informações iniciais repassadas ao Corpo de Bombeiros apontavam que o o acidente teria acontecido após um pneu do ônibus estourar, o motorista perder o controle da direção e bater em uma carreta. Em seguida, o carro de passeio que estava atrás teria colidido com o ônibus, que pegou fogo.
Segundo a Emtram, empresa responsável pelo ônibus, o veículo, que tinha saído de São Paulo com destino a Elísio Medrado (BA), “estava com sua revisão em dia e pneus novos, além de possuir sistema de monitoramento”.
De acordo com apuração da Inter TV, afiliada da TV Globo, exatamente no trecho da rodovia onde ocorreu o acidente havia um radar que limitava a velocidade dos veículos a 60 km/h. Este e outros radares foram removidos recentemente após vencimento do contrato.
Nos últimos dias, ao menos três acidentes com vítimas fatais aconteceram em frente a locais onde os radares existiam, mas foram retirados. De acordo com o DNIT, novos radares serão colocados nos mesmos locais em 2025, com uma nova empresa responsável pela instalação.
5 – Quem são e como será feita a identificação das vítimas?
Os corpos serão identificados pelo Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais. A identificação dos corpos será feita por análises de DNA, arcada dentária, e impressões digitais. As autoridades ainda não divulgaram umas lista de mortos e feridos.
Até a manhã deste domingo, 12 corpos já haviam sido identificados, mas a identidade das vítimas ainda não foi divulgada.
Durante o sábado, os corpos foram retirados do local do acidente, na BR-116, e levados para o Posto Médico-Legal, também em Teófilo Otoni. No fim da tarde, foram trasladados em um caminhão frigorífico com destino à capital mineira. A previsão de chegada à capital era na madrugada deste domingo (22).
6 – O que diz a polícia?
A Polícia Civil de Minas Gerais afirma que o motorista que causou o acidente na BR-116 está com a carteira de motorista apreendida há dois anos. Ele é considerado foragido pela polícia.
De acordo com a polícia, o homem perdeu a carteira após passar por uma blitz da lei seca em Mantena, no Vale do Rio Doce, quando se recusou a fazer o teste do bafômetro. Desde então, ele não tinha mais autorização para dirigir.
A Polícia Civil trabalha com a linha de investigação de que o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou do caminhão.
7 – O que diz a empresa?
Em nota enviada à imprensa, a empresa Emtram lamentou o acidente, disse que está colaborando na investigação da causa do acidente e que “está empenhando máximo esforço para auxiliar as pessoas envolvidas e seus familiares, oferecendo e providenciando todo o apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”.
Veja, abaixo, a nota da empresa Emtram:
“Pioneira no setor de transportes rodoviários, com dezenas de linhas que ligam São Paulo ao sertão nordestino, a EMTRAM, empresa baiana, que completa, em maio, 60 anos, atua em conformidade com as normas regulatórias da ANTT e tem como compromisso a segurança e bem estar de seus passageiros.
Desde que seu ônibus sofreu um acidente na madrugada deste sábado, 21, no km 285, da BR-116, em Lapinha, distrito de Teófilo Otoni-MG, imediatamente enviou equipes para o local para dar todo o suporte necessário aos sobreviventes, às vítimas e seus familiares. Entre eles, apoio psicológico, reconhecimento de corpos e serviços funerários estão sendo prestados. Estavam a bordo 44 passageiros mais o motorista e 39 foram vitimados pelo trágico acidente. Os nomes das vítimas serão divulgados em momento oportuno, conforme liberação das autoridades competentes.
A empresa se solidariza com os familiares e pede que entrem em contato com as unidades mais próximas de suas unidades para atendimento. O ônibus que fazia a linha São Paulo x Elisio Medrado-BA, estava com sua revisão em dia e pneus novos, além de possuir sistema de monitoramento.
A EMTRAM está à disposição das autoridades e colaborando com toda a investigação e a Polícia Rodoviária Federal já está em posse de vídeo com as imagens das câmeras de trânsito para elucidar as causas do acidente.”
8 – O que diz a ANTT
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) também se pronunciou sobre o acidente, confirmando que o veículo e a transportadora estavam com a documentação regular, e que o ônibus possuía Seguro de Responsabilidade Civil e Certificado de Segurança Veicular válidos.
A agência também se manifestou afirmando que o veículo e a transportadora envolvidos no acidente estavam com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros.
Veja, abaixo, a íntegra da nota da ANTT:
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) lamenta profundamente o acidente envolvendo um ônibus interestadual na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), ocorrido na madrugada deste sábado (21/12), e expressa solidariedade aos familiares das vítimas.
A ANTT confirma que o veículo e a transportadora envolvidos estavam com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros. O ônibus possuía Seguro de Responsabilidade Civil e Certificado de Segurança Veicular válidos, e o cronotacógrafo estava devidamente aferido e habilitado, em conformidade com as normas estabelecidas pela legislação vigente.
A ANTT, em conjunto com outros órgãos, está acompanhando a situação. A Agência instaurou um processo administrativo para monitorar o caso e fornecerá todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações. Informações do G1