‘Não vou desistir do meu filho’, diz mãe de menino de 12 anos desaparecido há um ano na Bahia
Há um ano a fotógrafa Lilia Lima aguarda ao menos uma informação sobre o filho Davi, 12 anos, desaparecido após ter saído da casa de uma tia em direção à residência da avó, no povoado de Varzinha, na zona rural de Itiúba, norte da Bahia.
Davi completou 12 anos no dia 13 de dezembro, quando já estava desparecido. Além de não ter comemorado a data ao lado do filho, foi o primeiro Natal de Lilia sem o garoto.
A falta de respostas da Polícia Civil sobre o caso deixa a mãe ainda mais aflita. Ela lamenta que a corporação não tem uma pista de onde Davi possa estar. O g1 entrou em contato com o órgão que, assim como aconteceu em dezembro, informou que a investigação está com a equipe da Delegacia Territorial (DT) de Itiúba e o caso corre em segredo de Justiça.
“Um ano vai se fazer e ainda não tenho uma resposta das autoridades, nada. Eu não consigo entender esse sigilo, um ano de sigilo”, disse Lilia.
“Não existe não ter uma resposta. Eu deixei o meu filho e ele desapareceu em um trajeto muito curto, que tinha pessoas. Não é possível que ninguém viu, não é possível que ninguém saiba de nada. Claro que sabe. Alguém sabe, se colocaram a sandália dele lá? Alguém sabe”, afirmou.
A fotógrafa baiana conta que no início das investigações ela conseguia até marcar reuniões com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), mas, com o passar do tempo, os encontros se tornaram cada vez mais raros.
“Eu não tenho resposta de ninguém. A Secretaria Pública sempre me recebia, às vezes eu nem precisava marcar, agora nem marcando eles estão me recebendo”, revelou.
Lilia contou ao g1 que a Polícia Civil sinalizou a possibilidade de Davi ter sido levado em um carro. No entanto, nenhuma câmera da região teria flagrado o momento em que o menino foi colocado no veículo.
Em busca de detalhes sobre as investigações, o g1 tentou contato com dois delegados que, de acordo com Lilia, estariam responsáveis pelo caso.
O delegado titular de Itiúba, Disney Ramos, contou que está de férias e não poderia comentar o caso. A reportagem também tentou contato com o delegado Atílio Tércio, mas não foi atendida.
“A polícia tem que ter chegado em alguém, algum vestígio, não foi encontrado nada. Só falam que meu filho pode ter sido pego por algum carro. Que carro? Não falam nada, dizem que pegaram câmeras da região, mas que não encontraram nada. É difícil”, questionou a fotografa.
A respeito do caso de Davi Lima, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que acompanha as investigações desde as buscas iniciais e as diligências do inquérito policial, que foi prorrogado em fevereiro.
De acordo com o MP-BA, quando o inquérito for concluído pela Polícia Civil, será encaminhado para o órgão, que apreciará o procedimento e tomará as providências necessárias.
A mãe de Davi também procurou a Defensoria Pública do Estado (DPE-BA) em busca de apoio. O órgão também informou a ela que acompanha o caso.
Com informações do G1